Por José Renato, cm
Santo Agostinho escreveu que temia o Cristo que passava. Queria dizer com isso que a oportunidade de seguir o Evangelho poderia passar despercebido. Isto acontece quando idealizamos o seguimento cristão ou quando tentamos - inconscientemente - "pautar" a Divina Providência. Achamos que a hora de ser cristão chegará desta ou daquela forma, conforme as nossas pré-disposições. O bolo será sempre servido com o sabor que gostamos. Como se a hora de Deus fosse sincronizado com o nosso bem-querer. Então, esperando o momento de dar testemunho, "Cristo passa". Passa na forma de um mendigo necessitado ou de qualquer um que precise de uma palavra amiga ou de perdão. Não notamos, muitas vezes. Isso quando pedimos para o inoportunador sair da frente e parar de amolar. Cristo passou. Como no episódio do profeta Elias na montanha, Deus não estava na tempestade, mas na brisa suave. Tenhamos e peçamos ao Espírito Santo sensibilidade espiritual. O caminho espiritual da Congregação Mariana, marcadamente inaciano, propõe a seus membros o cultivo do discernimento do bem e do mal na realidade da vida e em nós mesmos. É a construção, dia a dia, deste radar espiritual que permitirá alçarmos aquela santidade de vida querida por Jesus Cristo, desejoso de que sejamos perfeitos como o Pai celeste é perfeito.
