O arroz com feijão espiritual.

Por Igor Maro Michalichen



Já imaginou se pudéssemos viver apenas nos alimentando das sobremesas ou dos pratos principais nas nossas refeições?
Se pudéssemos comer somente bife acebolado ou ainda almoçar um pudim?

Possivelmente teríamos graves problemas nutricionais. Já que o nosso corpo tem uma demanda de nutrientes oriundos de diversas fontes: frutas, legumes, cereais, proteínas, etc.

Usando essa realidade como referência, o que nos faz pensar que um fiel católico espera quando ele cumpre os requisitos mínimos para a sua salvação? O que espera o fiel que participa das missas nos domingos e dias santos de guarda para cumprir o preceito da comunhão semanal? Ou o fiel que realiza a confissão anualmente, como a Igreja recomenda que se faça minimamente? 

Será que esses fiéis vivem de bife e pudim?

A nossa fé é um chamado à generosidade. E essa generosidade passa por realizar coisas que não são tão aprazíveis quanto o prato principal de um almoço de domingo.
Uma fé sem a generosidade de realizar o que não é aprazível, é uma fé infantil, imatura. 
A regra de vida da Congregação Mariana nos orienta a rezar antes e depois das refeições ao acordar, ao deitar-se, a comungar diariamente, se possível e a confessar com frequência, entre outras práticas. 
Essa generosidade no encontro com Deus em diversos momentos do dia são comparáveis aos acompanhamentos do prato que montamos para o nosso almoço que nos sustenta por horas até a próxima refeição. 
Da mesma forma que alguém que almeja ter uma vida minimamente saudável não vai almoçar um sorvete, um católico que almeja a santidade não pode viver somente da missa dominical e da confissão anual. 

E aqui cabe diferenciar os dois termos: salvação e santificação. 
Na escola tínhamos o sistema de notas e eram aprovados os alunos que tinham as notas da média para cima.
Pois bem, se o aluno estudasse o suficiente para cumprir a média, ele estaria aprovado. Usando essa lógica, ele estaria salvo.
Já o aluno esforçado, que passasse noites estudando um assunto conseguisse uma nota alta, ele estaria igualmente aprovado. Porém, seguindo essa lógica, ele estaria santificado. 
Essa diferença existe porque o amor de Deus além de perdoar e salvar ele também honra a nossa entrega, a nossa generosidade em não querermos avançar para a sobremesa e permitir que a nossa vida seja configurada ao plano d'Ele.



Salve Maria!