Perdão é vida

Cruz de Jesus


Mariana Maia, aspirante da CM.

Na animação "Tarzan", da Disney, de 1999, uma das cenas finais provavelmente marcou a infância de muitos que assistiram ao filme: a morte de Clayton, o vilão. Ávido por eliminar Tarzan do mundo dos vivos, ele corta os ramos de cipó que acabaram por causar-lhe a morte, suspendendo-o como numa forca. Ignorou ainda as advertências do herói, que demonstrou humanidade mesmo para com o inimigo.

Está gravada em nossa memória a célebre frase de Seu Madruga, do Chaves: "A vingança nunca é plena: mata a alma e a envenena". Os dois exemplos conduzem-nos à relação perdão-vida. De fato, a obra-prima da misericórdia de Deus, a redenção da humanidade pela Cruz de Cristo, resgatou-nos para a vida eterna, enquanto, envolto pelo rancor baseado no orgulho, o anjo caído tenta atingir o Criador, destruindo Suas criaturas. No fundo, a decisão de perdoar passa pela batalha entre a humildade e a soberba. Reconhecendo-nos tão pecadores quanto nossos desafetos, conseguimos, com a graça divina, libertar-nos da prisão do ressentimento. O Senhor, mesmo não tendo obrigação para conosco, revestiu-Se de nossa pobreza e entregou-Se por nós, quando ainda éramos Seus inimigos (Rm 5,8), separados pelo pecado. Deus é humilde, repete o Papa Francisco.

Ele, perfeito; nós, imperfeitos. E, no entanto, teimamos em seguir o caminho contrário ao que nos é indicado pela sabedoria divina. Venha em nosso auxílio a lembrança de São João Paulo II reconciliando-se com o autor do atentado que quase lhe tirou a vida. Hoje, o Papa desfruta da alegria celeste, que já começava na terra, com uma vida na graça.

Salve Maria!