A inteligência espiritual
Por Igor Maro Michalichen
Primeiramente, vamos conceituar a inteligência como a capacidade de compreender alguma idéia ou fato como uma cadeia de fatores que se demonstra em um objeto ou situação presente.
Por exemplo: se há uma panela sobre o fogão com vapor saindo dela compreendemos através de nossa inteligência que o seu conteúdo e a própria panela estão quentes mesmo que o fogão esteja apagado.
Agora imaginemos a cena da visitação de São Gabriel Arcanjo a Nossa Senhora.
Nossa Senhora foi educada desde pequena para ser uma serva de Deus no templo. Além da Sua Imaculada Conceição, Santa Ana dedicou sua vida e esforço em cultivar e fortalecer as virtudes de Maria.
As Escrituras não nos dizem se visita do Arcanjo São Gabriel aconteceu de maneira sensível aos sentidos de Maria ou através de Sua inteligência.
Se São Gabriel apareceu a Nossa Senhora de maneira que Seus sentidos pudessem percebê-lo, ou seja, de maneira física; ainda assim o discernimento de Nossa Senhora deveria operar de maneira a Ela acolher a mensagem do anjo de maneira agradável a Deus.
Porém, se o Santo Anjo Lhe aparece em Sua inteligência, algo distinto acontece: uma revelação muitíssimo particular que transforma Maria no meio entre a Mensagem de Deus e a sua aplicação física e prática através do seu aceite.
Isso se certifica quando Santa Isabel percebe por inteligência própria que o movimento que João Batista faz em seu ventre é motivado pela presença do Filho de Deus no Ventre Imaculado de Maria. Então, Nossa Senhora pronuncia o Magnificat para testemunhar pela primeira vez a Sua Bem-aventurança.
Isso nos leva pensar sobre as várias moções que recebemos de Deus através de nossa inteligência todos os dias e como elas são trazidas à prática.
A imitação de Maria, que somos chamados a praticar, passa pela abertura da nossa inteligência às inspirações de Deus, pelo discernimento dessas moções e em aceitar sem vaidades a Vontade de Deus e convertendo-se no meio pelo qual a ela toca a nossa realidade mesmo que através de criaturas tão imperfeitas.
Salve Maria!