Intercessores


Mariana Maia, aspirante da CM.

Talvez alguns de vocês passem pela experiência de interceder por alguém, desejando ardentemente sua conversão, e sofram decepções. Parece que nada muda, ou a pessoa só piora.

Ainda assim, não podemos desistir. É vontade do inimigo que desanimemos ao ver uma situação aparentemente impossível. Ele deseja nos afastar da missão que Deus nos deu e impedir que a conversão aconteça. Talvez sejamos os únicos intercessores daquela pessoa. Por fim, pense em que falta de amor e consideração seria abandonar o barco, quando o próprio Cristo permanece nele e o está guiando, Ele que pede nossa colaboração na salvação das almas. Imagine-se dizendo "não" ao Senhor: cena dolorosa! Ele que teve o corpo dilacerado, o sangue derramado e o coração transpassado por nós.

Lembremo-nos dos exemplos de Santa Mônica, da Beata Laura Vicuña e de Santa Teresinha. A primeira rezou e ofereceu lágrimas por seu filho, que veio a se tornar o grande bispo Santo Agostinho; a segunda ofereceu sua vida e seus sofrimentos pela conversão da própria mãe; a terceira intercedeu para que Deus concedesse a graça do arrependimento a um ladrão condenado à morte.

Temos mais motivos para perseverar: saber que somos igualmente pecadores, que fomos libertos do castigo eterno, que Ele teve paciência conosco, especialmente em situações de pecado mortal. Imagine também que tal pessoa sofresse a morte e chegasse ao juízo de Deus sem a graça que seria alcançada pela sua oração. Só de pensarmos em vê-la nos tormentos infernais já seria pavoroso. Não é sensacionalismo, é uma realidade possível. Se não nos importamos com isso, nosso amor ainda é pouco.

Reze, lembre-se dela na oração pessoal, ofereça lágrimas, se vierem, reze o terço, o rosário completo, faça penitência. "Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto" (Mt 7,7). Todos os dias. Certa vez, um bispo disse a Santa Mônica: "Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas!". São Paulo consola-nos quando afirma que "os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada" (Rm 8,18). Pode ser que partamos antes de ver nossas preces atendidas. Mesmo assim, será uma grande alegria se, perseverantes na própria santidade, com a graça do Senhor, virmos aquela pessoa conosco na felicidade eterna, louvando a Deus com os anjos e santos.

Salve Maria!