Dois amores


Mariana Maia, aspirante da CM.

Sabemos que o mundo tem uma concepção de amor oposta à de Deus. Nestes tempos modernos, parece ter ficado mais clara a diferença, e mais nítidos os distintos rumos a que cada amor conduz.

O Venerável Fulton Sheen definiu bem o uso correto da tolerância e da intolerância: a primeira deve ser aplicada às pessoas; a segunda, aos princípios. Sim, a intolerância é necessária, apesar de ter se tornado uma palavra gatilho que evoca maus sentimentos. Sem ela, caímos no relativismo, na frouxidão de valores.

O que isso tem a ver com a concepção de amor, tratada anteriormente? Santo Agostinho responde-nos, em seu livro "A Cidade de Deus": "Dois amores erigiram duas cidades, Babilônia e Jerusalém: aquela é o amor de si até ao desprezo de Deus; esta, o amor de Deus até ao desprezo de si". Quando amamos a Deus acima de tudo e assumimos Seus mandamentos como parte de nossa vida, estamos cientes do que é realmente querer o bem do próximo. Em vez de apoiar tudo em nome de um falso amor, arriscamos o afeto que ele nos tem para protegê-lo dos perigos que sabemos existirem, sem tolher a liberdade que o próprio Criador lhe deu.

Olhemos para o Senhor, que nos diz verdades amargas, para nosso bem, nossa salvação. Pobres de nós se Ele estivesse preocupado apenas com nossa afeição, apesar de querer de nós uma resposta de amor, o que é diferente. Sabe como somos teimosos e dificilmente abandonamos o erro. Pais e mães que amam verdadeiramente sofrem pelos filhos rebeldes e recebem injúrias não poucas vezes. São um reflexo da paternidade divina, que não descansa enquanto o filho não retorna a uma vida digna.

Salve Maria!

https://permanencia.org.br/drupal/node/554