Constância


Mariana Maia, aspirante da CM.

Tal como o ano civil, o calendário litúrgico apresenta os mesmos tempos, solenidades, festas a cada "virada". Porém, se de um lado não somos as mesmas pessoas dos anos anteriores e podemos vivê-los com novo frescor, por outro essa repetição é necessária para criar certa constância de caráter, a fim de chegarmos ao objetivo, a santidade. Alguém que muda de caminho com frequência, sem uma base sólida para guiá-lo, dificilmente chegará ao fim desejado.

Já conhecemos certas parábolas ou trechos do Evangelho de cor, mas a aplicação das lições se adapta aos diferentes momentos de nossa vida, quer estejamos firmes no propósito, quer estejamos fragilizados pelo pecado. Assim acontece com o terço (ou o Rosário). "Bendita monotonia de ave-marias, que purifica a monotonia dos teus pecados!", diz São Josemaría Escrivá. Meditamos os mesmos mistérios, às vezes sem conseguir extrair novas lições, mas há valor naqueles pontos recorrentes da vida de Nosso Senhor e Nossa Senhora. Podemos pensar se já adquirimos aquela virtude meditada ou se mudamos o modo de agir em determinada situação.

O fogo por novidades atrapalha (e muito) a vida espiritual. Impede, inclusive, o recolhimento e o silêncio, já que a pessoa se mantém inquieta, ávida por uma informação ou acontecimento novo, e entendia-se facilmente com a quietude.

Os dias, as semanas, os meses, os anos têm seus ciclos. Basta-nos saber quando encarar as situações de modo diferente ou aproveitar as lições que nos são oferecidas com frequência. No entanto, para nós permanece o convite à mudança de vida. Não sejamos acomodados. Na fé, quem não avança, recua.

Salve Maria!