Almas esposas


Mariana Maia, aspirante da CM.

Enquanto estava na faculdade, conheci a história da irmã Mariana Alcoforado, uma freira que teve o infortúnio de se apaixonar por um rapaz e viver uma vida dupla, escondendo o caso amoroso das demais religiosas. Também li o livro "Amor de perdição", de Camilo Castelo Branco, no qual há uma semelhança com a história de Romeu e Julieta (pelo amor proibido por causa das famílias rivais), e o pai de Teresa, a mocinha, confina-a num convento para impedir o romance.

Nos dois casos, há uma visão da vida religiosa como uma prisão, um empecilho para a felicidade. Naturalmente, quem não tem essa vocação vai se sentir perdido lá. Se a pessoa não está decidida a abandonar os outros amores para se dedicar ao Esposo, viverá um eterno conflito. O claustro é uma prisão caríssima às almas vocacionadas; lá se sentem verdadeiramente livres dos atrativos do mundo.

Parece também que algumas famílias viam a vida consagrada como um símbolo de status. Santa Jacinta Marescotti precisou se converter dentro do próprio convento, pois ainda trazia consigo o desejo do luxo e do conforto. Sofreu com uma doença e despertou espiritualmente quando o confessor se recusou a entrar em seu quarto enquanto estivesse ornado de vaidades.

Tanto Teresa quando Mariana "assumiram" uma vocação sem querer, por vontade de terceiros que não respeitaram a natureza própria da vida consagrada. Só colaboraram para macular a imagem das instituições religiosas. Apesar de o mundo já não compreender o propósito de quem escolhe abandoná-lo por amor a Cristo, façamos o possível para mostrar a verdade acerca das vocações dos frades e freiras. Muitos hão de se apaixonar e, ao fazer o devido discernimento espiritual, podem optar por esse estilo de vida. São esses contemplativos, esses irmãos dedicados à oração, que ajudam a sustentar a Igreja, especialmente nas adversidades.

Rezemos pelas vocações!

Salve Maria!

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